A radioactividade natural, como o próprio nome indica, é algo que é fruto da natureza e ao Homem não cabe qualquer responsabilidade sobre a sua existência. Sabemos no entanto, que as propriedades radioactivas dos materiais são utilizadas como meio de obtenção de energia, através das centrais nucleares, assim como meio de armamento, como é o armamento nuclear. Face a estas vertentes da radioactividade achámos importante fazer referência a episódios da história da humanidade que mostram um lado bastante negro da manipulação das propriedades radioactivas dos materiais por parte do Homem, e que não podem ser esquecidos.
Os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki
Os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki foram ataques nucleares ocorridos no final da Segunda Guerra Mundial contra o Império Japonês realizados pela Força Aérea dos Estados Unidos da América. Ao nível da história da humanidade estes são até agora os únicos ataques onde se utilizaram armas nucleares. As estimativas do número total de mortos variam entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação.
O envenenamento por radiação e/ou necrose causaram doenças e mortes após o bombardeamento em cerca de 1% dos que sobreviveram à explosão inicial. Até ao final de 1945, mais alguns milhares de pessoas morreram devido a envenenamento por radiação, aumentando o número de mortos para cerca de 90 000. Desde então, cerca de mais 10 000 pessoas morreram devido a causas relacionadas com radiação.
Envenenamento radioactivo ou envenenamento por radiação é um tipo de dano causado nos organismos vivos expostos excessivamente a radiação iónica. O termo é geralmente usado para fazer referência a graves problemas causados por uma grande dose de radiação num curto período de tempo, muito embora isto também possa ocorrer com uma exposição prolongada. Pode igualmente ocorrer uma acumulação de partículas radioactivas no corpo humano, expondo assim os órgãos internos aos isótopos em decadência radioactiva.
O caso de Chernobyl
Em Abril de 1986 ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia (país integrante da antiga União Soviética), o que é considerado por muitos como o pior acidente nuclear de todos os tempos. A antiga União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido foram afectadas por este acidente nuclear, sendo que na Ucrânia, Bielorrússia e Rússia registou-se a evacuação de cerca de 200 mil pessoas, face à elevada contaminação registada.
O acidente ocorrido nesta central nuclear fez com que aumentassem as preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo assim sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados por esta catástrofe, mas sabe-se que hoje em dia muitas pessoas são afectadas por doenças que estão relacionadas com a contaminação proveniente deste acidente nuclear.
A central nuclear de Chernobyl está desactivada desde de Dezembro de 2000.